Cada casal tem uma jornada única
Na reprodução assistida, não existe um modelo único. Cada casal traz seus próprios sonhos, medos, dúvidas e planos. Por isso, o primeiro passo é sempre escutar com atenção. Entender a constituição do casal, seus desejos, suas possibilidades — e, a partir disso, construir um plano de tratamento sob medida.
Quais são os principais caminhos?
· Inseminação intrauterina
É uma das opções mais simples e acessíveis para casais formados por duas mulheres. Utiliza-se o sêmen de um doador anônimo, selecionado com muito critério e segurança, e esse sêmen é introduzido no útero da parceira que irá engravidar.
· Fertilização in vitro (FIV)
Na FIV, os óvulos são fertilizados em laboratório com espermatozoides de um doador. Depois, o embrião é transferido para o útero. Essa técnica pode ser utilizada tanto por casais femininos quanto masculinos (neste caso, com o apoio de uma barriga solidária).
· Método ROPA
Esse é um dos caminhos mais emocionantes para casais de mulheres que desejam compartilhar a maternidade. ROPA significa “Recepção de Óvulos da Parceira”: uma parceira doa os óvulos, e a outra carrega a gestação no útero. Assim, ambas participam ativamente — uma de forma genética, a outra de forma gestacional.
A cantora Ludmilla e sua parceira Brunna Gonçalves, por exemplo, escolheram esse método para construir sua família. E o que antes parecia distante para tantas mulheres, agora está se tornando uma realidade cada vez mais possível.
· Útero de substituição
É a opção indicada para casais masculinos. Nesse caso, é necessário contar com uma mulher que aceite gestar o bebê voluntariamente, o que chamamos de útero de substituição. A legislação brasileira prevê essa possibilidade, desde que com regras éticas e bem definidas.
· Doação de gametas e embriões
Também existe a possibilidade de utilizar óvulos ou embriões doados, dependendo da condição reprodutiva do casal. Todos os processos seguem normas rigorosas do Conselho Federal de Medicina, com critérios éticos, de segurança e sigilo absoluto.
Aspectos legais no Brasil
Muita gente ainda tem dúvidas sobre os direitos dos casais homoafetivos. Mas é importante reforçar: vocês têm direitos iguais. O registro de filhos com dupla maternidade ou paternidade é reconhecido legalmente, sem necessidade de processos judiciais adicionais. O uso de gametas doados, o útero de substituição e todos os procedimentos seguem normas claras, que garantem segurança jurídica e ética.
E o emocional de tudo isso?
A decisão de ter filhos é, por si só, uma experiência intensa. No caso dos casais homoafetivos, ainda pode vir acompanhada de receios, julgamentos ou inseguranças. Por isso, além de todo o suporte médico, sempre oriento que o casal tenha também um apoio emocional — seja com psicólogos, grupos de apoio ou com quem se sinta acolhido.
Vivenciar essa jornada com afeto, escuta e segurança faz toda a diferença.
Estou aqui para te ajudar
A cada casal que chega ao consultório, vejo nascer um novo capítulo. E é um privilégio poder acompanhar essa trajetória com respeito, cuidado e acolhimento. Se esse sonho também faz parte dos seus planos, saiba que não estão sozinhos.
Podemos conversar, tirar dúvidas e planejar o caminho com calma e clareza. Será um prazer caminhar com vocês nesse processo.